Mosteiro de Seiça – Um caso ou um exemplo?
Mosteiro de Santa Maria de Seiça em Seiça, Paião, Figueira da Foz.
GPS: N 40º 2.728′ W 8º 46.915′
Monumento classificado com Categoria de Protecção IIP (Imóvel de Interesse Público), Dec. n.º 5/2002, DR 42 de 19 Fevereiro 2002.
É assim que aparece descrito um dos monumentos mais desprezados de Portugal. E é apenas assim pois a história deste imponente mosteiro datado do tempo em que Portugal ainda não era Portugal e construído para homenagear a conquista de Montemor-o-Velho aos Mouros começa a perecer da idade e essencialmente do abandono a que foi sujeito nas ultimas décadas.
Que mais poderemos fazer do que divulgar o estado em que se encontra?
Quando as entidades oficiais nada querem fazer!
Quando a Câmara municipal preferiu esquecer a localização do mosteiro.
Quando o IPAR atribuiu a classificação de Imóvel de Interesse Público e saiu de cena?
Quando nada nem ninguém se parece querer interessar pela História e pelos momentos que ajudaram a que este país fosse o que é hoje.
Todos esquecem, mas o Mosteiro de Seiça continua bem vivo nos corações de quem cresceu a olhar para o Mosteiro.
De quem se divertiu a brincar na sua sombra.
De quem nunca se esquece que dia 15 de Agosto é dia de homenagem a este sitio já apelidado de “O Vale Encantado”
Se alguém souber como ajudar a recuperar esta jóia de Portugal que diga “presente“, porque esta luta não pode parar.
No facebook os amantes deste local reúnem-se em:
Seiça – O Vale Encantado
No entanto e infelizmente este não é caso único e existem muitos casos espalhados por esse país fora antes que se percam espólios riquíssimos e partes da nossa história.
Não queria no entanto terminar este texto sem dar um outro exemplo em dobro. Em dobro porque se tratam de duas termas que distam escassos 5 klm do mosteiro. A Primeira (Termas da Amieira) já centenária cuja licença de utilização data já de 1835 e que está num estado ruinoso agravado por um incêndio em 2005 em que depois dele nada foi feito por nenhuma entidade responsável sendo que a limpeza do espaço envolvente foi realizada por escuteiros e população.
A segunda, que dista uns escassos 500m, foi adquirida à alguns anos por um casal Holandês, foi recuperada à mão pelos mesmos e agora tem visitas e ocupação dos seus quartos durante todo o ano.
Só mostra que é possível recuperar a nossa história quando exista vontade.
É urgente divulgar casos semelhantes para alertar consciências.
Artigo escrito por: Nuno Miguel Pedrosa e publicado no jornal de Leiria:
Edição 1388 de 17 de Fevereiro de 2011
http://www.jornaldeleiria.pt/files/_Edicao_1388_4d5bf982487c5.pdf